Ao meu pai: Cinco anos de saudades

  Há cinco anos atrás eu passei pela maior aflição da minha vida, no momento em que o meu partido acumulava força politica para chegar ao governo de Juazeiro do Norte em uma campanha memorável, onde todas as energias convergiam para uma vitoria retumbante, fui surpreendido por uma tragédia pessoal; daquelas própria da vida para a qual você nunca está suficientemente preparado. 
  Numa noite de quinta-feira depois do comício de encerramento da campanha e após uma reunião com colegas de profissão que iriam apoiar o nosso projeto, soube que meu pai estava doente. A principio não parecia nada demais, uma dor abdominal, talvez uma hernia encarcerada, nada que o especialista não pudesse resolver. Meu pai vinha bem, hígido, participando da campanha ativamente, feliz, muito próximo de realizar um grande sonho, ver o filho prefeito da maior cidade do interior do Ceará, 
  Naquela noite eu o encontrei em uma clinica da cidade, o especialista amigo, naquele momento não viu nada de mais urgente, e ele mesmo após ser medicado manifestou a disposição de voltar a campanha no dia seguinte. Coisa de um homem forte a costumado a vencer dificuldades, aquele momento que passei ao lado da sua cabeceira me pareceu que no outro dia iria encontra-lo novamente nas atividades de campanha ele me transmitia o desejo de estar ao meu lado, e assim me recolhi com essa esperança.
  No dia seguinte, fui surpreendido com uma má noticia; durante a madrugada o seu quadro tinha piorado rapidamente e se fazia necessário uma cirurgia de urgência e não mais um procedimento eletivo como inicialmente planejado, tremi de medo, mais acreditei no sucesso do procedimento, acreditei na medicina moderna e vencedora dos grandes enigmas da saúde. Mas vi minhas esperanças aos poucos ir sumindo, vi a vida ir se esvaindo aos poucos com uma vela que se consume rapidamente, ao lado do seu leito implorei a DEUS pela sua vida, chorei silenciosamente pedindo sua saúde. Até que vi meu ultimo sopro de esperança se esvair,
   De repente eu não sabia mais o que fazer. Ouvia a sua voz a cada instante me mandando seguir adiante, e sei que o seu sonho era naquele momento, o mesmo o sonho de milhares e milhares de juazeirenses, vi naquele dia os meus amigos verdadeiros chorar comigo e entendi  também que o seu maior presente seria a minha vitória. Mais eu me perguntava a cada instante porque meu DEUS? porque comigo e porque naquela hora? Porque tão cedo?
  Hoje, decorridos cinco anos daquele momento eu começo a enxergar muitas coisas que não via no passado, começo a entender porque os acontecimentos foram daquela forma. Depois das calunias, das difamações e humilhações que sofri compreendo exatamente do que meu pai foi poupado. Sinto em muitos momentos a sua presença ao meu lado e inúmeras vezes nas horas mais difíceis me lembrava dos seus conselhos ou o encontrava nos meus sonhos e assim eu me encontrava.
  Recordo -me  particularmente, sempre com muita alegria, das manhãs de domingo em sua companhia ou das noites de sexta-feira; A saudade sera sempre maior até os últimos dias da minha vida.
  Nesse momento em nome de minha mãe, meus irmãos e irmãs quero agradecer a todos que nos foram solidários nesta data. Que a Paz e a Graça de Deus esteja conosco.

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