Constituinte Já! Mais que constituinte?

A constituição é o conjunto de leis que estabelecem a forma como o Estado deve ser governado, ou se preferirem como dizia o velho Marx, as leis que normatizam a opressão de uma classe sobre a outra. No caso, em questão, da burguesia sobre o proletariado. A constituição impõe limites, determina regras, regula direitos, define deveres.

As manifestações de rua ocorridas na época da Copa das Confederações, tornaram evidente o desejo de mudanças de uma parte muito expressiva da população brasileira que somente poderão tornar-se realidade a partir de profunda alterações nas relações institucionais e entre o capital e o trabalho. As mudanças podem ocorrer na lei ou na marra. Ou seja quem está no governo pode tomar a iniciativa e fazer as concessões necessárias ou ser obrigado a fazer sob pressão  ou ainda literalmente ser atropelado pelo movimento popular que pode chocar-se com as instituições com resultados imprevisíveis.
O passo inicial para realizar mudanças profundas dentro dos parâmetros da vida republicana e democrática é a realização de uma Assembleia Constituinte. Mas que constituinte nós queremos?  Ao se manter as regras atuais do sistema eleitoral estaremos correndo um sério risco de ter um congresso, mais conservador, mais reacionário e piorar o que já existe. Então é necessário lutar por novas leis, mais nesse processo depurar do sistema eleitoral  todos os casuísmos que favorecem as elites no sistema eleitoral..
Queremos então uma Constituinte Livre Soberana e exclusiva, unicameral (proporcional ,um eleitor igual a um voto, portanto sem o Senado), sem financiamento empresarial da campanha, com voto em lista partidária, ou seja voto em uma plataforma politica e não em uma pessoa. Acredito ser esse o passo inicial de uma discussão que precisamos começar, onde a proposta de realização do plebiscito popular é um elemento importante para envolver a população e motivar o debate.