A reforma politica e a democracia de araque

O debate do momento é a reforma politica, o tema ocupa a manchete nos principais jornais do país, antes porém de entrar neste assunto vamos esclarecer alguns pontos. Começamos com pensamento do velho Marx quando este diz que " a história da humanidade é a história da luta de classe, ou seja a opressão de uma classe sobre a outra com objetivo de acumular riqueza e privilégios,  o conflito entre opressores e oprimidos, dissimulado ou não." Deste ponto vamos fazer nossa avaliação:

Eleições nada democráticas

A democracia no Brasil sempre foi uma farsa, dissimulada ou não, é só lembrar do famigerado voto de cabresto, o voto censitário, ou seja determinada pela renda, ou o impedimento de voto para mulheres, religiosos, analfabetos e índios, etc, e os momentos extremos onde a democracia foi violentamente mutilada pela ditadura militar. É logico que ocorreram avanços,  a luta popular, sobre tudo depois da queda do regime autoritário, impôs novas regras e ampliou os espaços para tentar aprimorar uma democracia republicana realmente representativa, mas depois isso ocorreu, a elite dominante, se reinventa, e cria novos mecanismos de violação da democracia para manter o controle do aparelho de estado, das instituições, e assim manter seus privilégios e a exploração de uma classe sobre a outra. 

A falência da republica pós constituição de 1988 e a democracia dos ricos

No Brasil as esperanças de uma democracia solida surgiram após a conhecida "Constituição Cidadã" de 1988. Conduto os fatos recém revelados, mostram que novamente os opressores aprimoraram seu mecanismo de manipulação e fraude, violentando a democracia com o seu poder econômico, impondo sua vontade. Hoje no Brasil, em nossa frágil democracia, em sua grande maioria,  é eleito quem compra mais votos. As eleições tornaram-se um caro comercio de votos, com campanhas cada vez mais milionárias, em uma relação despudorada entre candidatos e grande parte do eleitorado.

Os grandes grupos econômicos, com o capital rentista a frente, elegeram suas bancadas legislativas e vários componentes do executivo, deste modo se mantendo no controle do aparelho do Estado. Assim mantendo uma legislação opressiva e favorável aos seus privilégios e se apropriando do dinheiro público em "tenebrosas transações". 

A  reforma política distritão

A reforma politica proposta atualmente na Câmara dos Deputados nada mais é do que uma nova manobra  para criar as condições que venham a garantir a reeleição dos atuais detentores de mandato eletivo. Assim mudam a aparência, mas tudo permanece como está em sua essência. As elites, os setores mais atrasados da politica continuarão donos do poder, mantendo seus privilégios e seus esquemas de corrupção modificados mas intactos. Explorando a grande massa dos trabalhadores cada vez mais sem porvir. Com as alterações propostas serão eleitos aqueles que tem mais recursos e são apoiados pela maquina pública cada vez mais aparelhada, pelos esquemas sofisticados de corrupção e manipulação politica que desafia a paciência do povo. 

A saída da crise 

O remédio para essa crise crônica de moralidade e de ética na politica é a mobilização popular. Um amplo e vigoroso movimento de rua com força suficiente para  impor profundas mudanças nas instituições e no seu funcionamento, capaz de quebrar o controle do "poder econômico sobre as instituições" portanto incompatível com o atual Congresso e Governo e somente possível com uma Constituinte Exclusiva, um sonho ainda muito distante.